Colo de pai
Achei este texto interessantissimo na net e quis coloca-lo aqui...
Temos constantemente a idéia de que colo vicia...
Que criança que só quer colo é manhosa e coisa e tal...
Entao pergunto, e tem coisa melhor que colo?
Se até nós que somos adultos, já temos um discernimento maior, conseguimos racionalizar melhor nossas emoções, precisamos de colo, o que dirá uma criança, que ainda está descobrindo o mundo? os sentimentos? seu lugar?
Colo é bom Demais!!!!
Sempre!!!!
Eis o texto:
De onde vem a idéia que não se deve dar colo??
Foi Holt (em 1916) com seu “catecismo para uso das mães” que lançou a idéia de que embalar a criança era um “vício”, um hábito que deveria ser quebrado por ser “prejudicial”.
Durante cerca de 50 anos, as mães e pediatras “modernos” deram fim ao berço de balanço e se abstiveram de pegar a criança mesmo se esgoelando de chorar, ou de beija-la e acaricia-la.
Estabeleceram-se normas rígidas sobre horários, treinamento de toalete e “preparar a criança para viver em sociedade e se tornarem ‘independentes’”.
Se a criança chorasse à noite ou com fome, deveria esperar para não ficar “manhosa” – e as mães, mesmo com o coração apertado resistiam bravamente a seus “impulsos animais”.
E não ousavam enfrentar a palavra autorizada dos pediatras, pois eles “sabem o que fazer”.
Esse período é considerado a Idade Média da criação infantil, com mães “modernas” recusando-se ao “sentimentalismo” e entregando a criança ao berço, com medo da opinião de parentes, pediatras e amigos.
A tecnologização da obstetrícia, a separação do bebê logo após o parto, as longas esperas pelas mamadas, o encorajamento do uso da mamadeira e da chupeta em lugar do seio, são as evidencias melancólicas que até hoje ameaçam a criança.
Até que Peiper chamou a atenção para o embalo nos braços maternos, “o melhor sedativo”... E CONTINUA: é preciso embalar O bebê sadio no berço e nos braços da mãe ou do carrinho – “quando estiver a ponto de dormir – logo ele se acalma e não precisa ficar chorando” _ “uma criança embalada SABE que não está sozinha” (Peiper, A. Cerebral Function in Infancy and Childhood, NY, 1963).
O bebê devidamente embalado e aconchegado recebe estímulo positivo para seu funcionamento celular e visceral, principalmente cerebral, respiratório e gastrointestinal.
O embalo faz com que os líquidos e gases do instestino se movimentem ajustando a digestão, absorção e eliminação.
Em 1934, Zahovisky declarou que “bebês acalentados após as mamadas têm menos cólica, menos espasmos intestinais e se tornam mais felizes que os bebês confinados ao berço...” Um dia, diz ele, “acredito que não haverá dúvida quanto a embalar a criança e cantar para ela adormecer”.
Embalar tem efeitos positivos sobre a temperatura do bebê e relaxa o sistema nervoso e melhora o tonus intestinal. Produz uma estimulação suave de todas as áreas da pele, com os conseqüentes benefícios fisiológicos para o bebê.
Esses efeitos influenciarão o futuro bem-estar, a sensação de plenitude existencial, a alegria, o senso de ritmo e o interesse em viver, ao contrário das crianças abandonadas a si mesmas, privadas de si mesmas e que só acham consolo no auto-embalo (como os autistas).
A percepção espaço-temporal da pele é mais rápida que a do olho e mais simples. Por que se canta no chuveiro? O estímulo da pele pela água induz mudanças respiratórias que remetem à música.
A privação das necessidades tácteis vela ao choro, logo acalmado pelos braços e carinhos materno. O que é um ser humano sadio? Aquele que é apto para amar, trabalhar, brincar e pensar criticamente – é um ser humano sensível aquele que foi “tocado”.
Quem não foi tocado adequadamente tem mais desorientação espacial, mais síndrome de pânico, mais angústia.
Um meio de retomar o contato é buscar mãos amorosas que lhe devolvam as carícias maternas ou seus substitutos, seja nos cabeleireiros, nos consultórios médicos ou massagistas, uma vez que a cultura cerceia e bloqueia as oportunidades de toque, como faz desde que a criança é impedida de receber embalo e cuidados maternos.
.. a privação das necessidades tácteis LEVA ao choro ...
Resumo das idéias de Ashley Montagu em "Touching – The Human Significance of Skin" – 1978, 2nd edition no Brasil, há uma ediçao traduzida: TOCAR.
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